A indústria global de carne halal está entrando em uma fase de exigência maior e mais sofisticada. O que antes era tratado como um segmento de nicho, voltado principalmente ao atendimento de requisitos religiosos, agora se consolidou como um dos pilares do mercado global de proteínas. Esse avanço é impulsionado tanto pela expansão demográfica quanto pelo comportamento do consumidor, cada vez mais atento à origem, ao processamento e à verificação dos alimentos que consome.
Com um valor estimado entre US$ 275 e 300 bilhões, o setor cresce em ritmo acelerado. A população muçulmana global deve atingir 2,3 bilhões até 2030, mas o impulso não se limita a fatores religiosos. Há uma demanda crescente — também em países não islâmicos — por padrões éticos, rastreabilidade, transparência e certificações reconhecidas internacionalmente. Quando bem implementado, o halal se alinha perfeitamente a essa tendência global de consumo consciente.
Apesar desse avanço, o arcabouço regulatório internacional não acompanha com a mesma velocidade. As normas variam fortemente entre regiões, e empresas que atuam em múltiplos mercados enfrentam um mosaico de regras, interpretações e exigências muitas vezes conflitantes. Debates sobre atordoamento, supervisão de abatedouros e o uso de tecnologias de verificação continuam dividindo governos e organismos de certificação.
Na prática, isso significa que dois produtos rotulados como “halal” podem seguir premissas completamente diferentes — o que reforça a importância da certificação confiável, da padronização e da transparência em toda a cadeia produtiva. Para exportadores, frigoríficos e autoridades sanitárias, essa convergência regulatória é essencial para garantir acesso aos mercados internacionais e manter a integridade do sistema halal global.