Os muçulmanos de classe média estão gastando hoje mais de 100 bilhões de dólares por ano em compras on-line. Conforme noticiou o site http://blogs.wsj.com, em 17 de fevereiro, por conta desse próspero mercado cresce também o número de empresas de e-commerce voltadas a esse público. O presidente da certificadora SiiLHalal e especialista em mercado halal no Brasil, Chaiboun Ibrahim Darwiche, destaca que a nova tendência internacional representa uma excelente oportunidade para empresas brasileiras.
Grande parte dos 1,7 bilhão de muçulmanos do mundo, conforme os seus rendimentos crescem, querem mais opções, de viagem à moda, mas também precisam ter certeza de que o que eles compram é halal, ou religiosamente permitido de acordo com as orientações islâmicas. Atentas a isso, surgem start-ups digitais como a Zilzar, lançada no final de 2014, com sede na Malásia.
O fato de que para os não-muçulmanos não é necessariamente claro o que é halal e o que não é fez com que Amazon.com e outros sites de compras deixassem esse mercado praticamente intocado. Normalmente é sabido que carne de porco e o consumo de álcool são proibidos no Islã. Mas, entre os produtos considerados haram (não lícitos) pode-se incluir também cosméticos e suplementos de vitamina, que podem conter tanto gelatina animal como álcool.
Para atrair mais os muçulmanos à sua loja online a Zilzar trabalha com produtos selecionados por várias agências e fornecidos somente por comerciantes com certificados halal. A empresa já lista cerca de 2.800 diferentes fornecedores halal em seu site. Assim como a Zilzar, outras empresas como a Aladdin Street, também da Malásia, e a Souk, de Cingapura, estão em busca desse público. A ideia por trás dos sites de e-halal é que eles negociam estas inspeções pela contratação de especialistas halal e criação de comissões de conformidade para filtrar e garantir que todos os fornecedores e produtos listados em seus sites cumprem as normas islâmicas.
Previsões das agências Dubai DinarStandard e Thomson Reuters dão conta de que o mercado de produtos halal pode chegar a 252 bilhões de dólares em 2020. O desafio, porém, é obter uma certificação halal universalmente reconhecida. Não vai ser fácil, uma vez que existem 114 organismos de certificação diferentes em todo o mundo, cada um com uma maneira ligeiramente diferente de definir o que é halal.
Algumas das start-ups estão resolvendo esta questão com a oferta de produtos específicos para cada mercado. A AlladinStreet, por exemplo, agora trabalha com agências de certificação halal de 30 países para rastrear seus fornecedores. Outras optam por nichos de mercado. O site Modanisa, da Turquia, foca na venda de hijabes (conjunto de vestimentas preconizado pela doutrina islâmica) de designers e marcas às mulheres muçulmanas. Outros, como o Irhal, com sede em Dubai fornecem informações sobre viagens, lugares para visitar e hotéis para muçulmanos.
Para Darwiche, a venda online oferece grande oportunidades também para os vendedores, uma vez que o crescimento desse mercado tende a dobrar em quatro anos. Um dos que mais podem se beneficiar com e-halal é o setor turístico brasileiro, que se adequando às demandas religiosas pode atrair o público muçulmano ao país. Da mesma forma, um site que comercializasse no Brasil produtos halal certificados certamente atrairia grande parte dos muçulmanos que hoje vivem aqui e que já representam cerca de 1,8% da população brasileira. Sempre com vistas a assegurar aos muçulmanos locais e aos que visitam o nosso país o fornecimento de produtos halal a SiilHalal está iniciando contato com sites e em busca de parcerias deste tipo.
Fonte: http://blogs.wsj.com/digits/2016/02/17/new-e-commerce-sites-specialize-in-halal-products-for-muslims/ ,
acessado em 17/02/2016, adaptado pela Assessoria de Imprensa da SiiLHalal