Previsão é de que produção e exportação de carne de frango e suína mantenham ritmo positivo em 2020
O ano fechará em alta para os produtores de aves no país. Depois de três trimestres de forte retomada, os últimos meses de 2019 devem manter o patamar elevado na produção e exportação. Isso é o que indica a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Em coletiva à imprensa, na manhã de quinta-feira (12), o presidente Francisco Turra e o diretor-executivo da entidade, Ricardo Santin, detalharam os números e projetaram 2020.
Turra definiu o ano como “extraordinário”. “Temos de comemorar. Depois de quatro anos difíceis, reagimos e estamos fechando 2019 em alta. Em dezembro de 2018, por exemplo, estávamos cheios de dúvidas. Havíamos registrado queda em produção, exportação e consumo. Hoje, observamos que tivemos um ano diferente, melhor, de estabilização”, definiu o presidente da ABPA.
O impacto na expansão das vendas para o exterior esteve diretamente ligado à crise que assola a Ásia. A crise sanitária no continente resultou na elevação das importações de carnes de frango brasileiras. “O fato novo para nós foi a entrada fortíssima da China, que ampliou em 28% a comercialização de carnes de frango e é responsável por 14% das nossas vendas”, salientou Turra.
Em relação a 2020, as perspectivas são ainda mais positivas. “Toda a proteína animal terá um mercado excepcional nos próximos anos. O Brasil é uma das reservas da produção de alimentos do mundo”, frisou. Mesmo com a tendência de incremento nas exportações de carnes de frango , o consumo interno deve se manter aquecido. “O nosso mercado principal ainda é o brasileiro”, sublinhou.
As previsões de Turra guiaram a manifestação do diretor-executivo e futuro presidente da entidade, Ricardo Santin. “Os sinais que recebemos da China mostram que a crise de segurança alimentar chinesa deve durar. Estamos prevendo um aumento na produção porque, de fato, serão abertos espaços para comercialização em toda a Ásia”, explicou.
Para Santin, além de reforçar as relações comerciais com a Ásia, a ABPA deve expandir mercados. “Vamos buscar fortalecer os parceiros e abrir novos espaços para exportação”, comentou.
A expectativa da entidade é fechar 2019 com aumento de 2,3% na produção de carne de frango, passando de 12,85 milhões de toneladas, em 2018, para 13,15 milhões de toneladas neste ano. Puxadas pela China, as exportações devem registrar aumento de 2,4% e alcançar 4,2 milhões de toneladas até o final do ano. O consumo interno, da mesma forma, vem crescendo: passará de 41,7 toneladas para 42,6 toneladas – variação de 2,2%.
A produção de ovos pode concluir o ano com 49 bilhões de unidades produzidas – o que representa uma elevação de 10% em relação às 44,48 bilhões de 2018. Parte significativa dessa produção está direcionada para o mercado nacional. Isso porque o consumo per capita deve crescer 9% até o final de 2019, evoluindo de 212 unidades para 230 unidades por habitante. Já as exportações tendem a reduzir até 32%.
Exportações impulsionam economia
Em receita, as exportações de carne de frango entre janeiro a novembro de 2019 tiveram uma variação positiva de 6,1% em relação ao mesmo período do ano passado. O saldo das exportações subiu de 5,99 bilhões de dólares em 2018, para 6,36 bilhões de dólares, em 2019. Somente a Ásia é responsável por 34,3% das exportações brasileiras. A China desponta como a maior compradora, com 14% da fatia, seguida pela Arábia Saudita, com 11%, e Japão, com 10%. Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul são, respectivamente, os maiores exportadores.
Otimismo para 2020
As estimativas para 2020 são ainda melhores. O próximo ano deve registrar crescimento na produção de carne de frangos entre 4% e 5%. Em volumes, os números podem atingir 13,7 milhões de toneladas. A comercialização para o exterior deve chegar um patamar de 4,5 toneladas – o que representaria um aumento de 3% a 6%. “Hoje, o Brasil tem condições de aumentar as exportações porque conta com alojamentos mais preparados a suportar o crescimento”, explicou Santin.
Fonte: ABPA