Participação do Oriente Médio na movimentação mundial do setor pode subir de 6% para 8% até 2030, o que significa 150 milhões de turistas por ano.
A Organização Mundial do Turismo (OMT) prevê que o número de turistas internacionais vai chegar a 1,8 bilhão de pessoas por ano até 2030. Até lá, segundo levantamento do Departamento de Inteligência de Mercado da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, a participação do Oriente Médio neste mercado pode subir dos atuais 6% para 8%, o que significa cerca de 150 milhões de visitantes anuais. Vale lembrar que o número global de turistas internacionais chegou a 1,4 bilhão em 2018, dois anos antes do previsto pela OMT.
Turistas tiram fotos em Petra, na Jordânia. O mundo árabe reúne uma das maiores diversidades do mundo em termos de atrações turísticas, desde monumentos da antiguidade do porte das Pirâmides de Gizé (foto do alto), no Egito, e da cidade de Petra, na Jordânia, até ícones arquitetônicos do século 21, como o Burj Khalifa, o prédio mais alto do mundo, em Dubai. Mesmo em tempos de crise, destinos da região como Egito, Jordânia, Líbano, Tunísia e Marrocos reagem rapidamente por seu charme atemporal e pela hospitalidade de seus povos.
Em Dubai, por exemplo, a Emirates Airline prevê superar a marca de 70 milhões de passageiros transportados em 2020, ano em que o emirado vai sediar a exposição universal Expo 2020, evento que pode atrair 25 milhões de visitantes para a cidade. A previsão para o ano que vem é que o Aeroporto Internacional de Dubai e o mais novo Aeroporto Internacional Al Maktoum recebam 126 milhões de passageiros. O último, quando estiver totalmente pronto, no final da próxima década, poderá receber 220 milhões de passageiros por ano.
Halal. Assim como alimentos e outros bens de consumo, o turismo pode ser halal, ou seja, realizado seguindo tradições islâmicas. Muçulmanos praticantes gostam de tirar férias em lugares que respeitam suas crenças e atendam suas necessidades, como a oferta de alimentos halal em restaurantes e hotéis, acomodações que incluam salas de oração e resorts com estruturas segregadas para famílias em piscinas e praias.
O turismo de praia é um segmento particularmente forte. Em 2017, na Turquia, por exemplo, os resorts considerados halal movimentaram US$ 184 milhões. A Turquia não é um país árabe, mas sua população é majoritariamente muçulmana. Nesse sentido, um número crescente de países e operadores estão suprindo a demanda deste mercado desde o Norte da África até o Extremo Oriente.
O turismo é tão importante no mundo árabe que países como Arábia Saudita e Omã estão colocando a atividade como uma das principais propulsoras do crescimento econômico em suas estratégias nacionais de desenvolvimento.
De acordo com o Departamento de Inteligência de Mercado da Câmara Árabe, a Arábia Saudita pretende ser mais do que um destino de peregrinação, convencendo os muçulmanos que vão ao país para o Hajj e a Umrah a estenderem sua estadia e visitarem outros locais religiosos, históricos e culturais. Os sauditas planejam investir US$ 64 bilhões em entretenimento na próxima década, e pretendem também expandir significativamente a infraestrutura para peregrinação com o objetivo de melhorar a experiência dos peregrinos. Um exemplo disso é a construção de uma ferrovia de alta velocidade entre Meca e Medina.
O gasto de muçulmanos em viagens foi estimado em US$ 177 bilhões em 2017 e a previsão é que esta movimentação chegue a US$ 274 bilhões em 2023, segundo o relatório State of the Global Islamic Economy.
Fonte: ANBA